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10 maio 2022
Cidades verdes e inclusivas na Guiné-Bissau
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05 maio 2022
Uma campanha de vacinação contra a poliomielite na Guiné-Bissau responde a um ressurgimento de casos
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03 maio 2022
Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (3 de maio): mensagem em vídeo do secretário-geral da ONU
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Guiné-Bissau
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 na Guiné-Bissau.
História
09 maio 2022
Uma campanha de vacinação contra a poliomielite na Guiné-Bissau responde a um ressurgimento de casos
A Guiné-Bissau foi certificada como livre de poliomielite entre 1998 e 2021, não tendo sido registados casos de pólio durante mais de 20 anos. No entanto, quatro casos de poliomielite foram confirmados na região de Bissau e Biombo, na capital, em Outubro de 2021. Além disso, foram registados casos de poliomielite em países vizinhos, nomeadamente Guiné-Conacri, Senegal e Gâmbia, em 2019. Em resposta, o Ministério da Saúde Pública, com o apoio técnico e financeiro do UNICEF, OMS e outros parceiros da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI), que visa assegurar que nenhuma criança seja novamente paralisada devido a qualquer poliovírus, realizou entre 27-30 de Abril de 2022, a primeira ronda da campanha integrada de vacinação contra a poliomielite, Vitamina A e Mebendazol em todas as regiões do país, sob o lema: "PÓLIO NUNCA MAIS". A segunda ronda está prevista para Junho de 2022.
Para a operacionalização desta campanha, 677 equipas de vacinação, como a liderada pela enfermeira Tamara Sá, em Bubaque, com um total de 3,385 pessoas, foram de porta em porta em todas as comunidades, aldeias e bairros, com o objetivo de vacinar mais de 340,381 crianças com menos de cinco anos contra a poliomielite na primeira ronda desta campanha, que incluiu também a administração de Vitamina A e desparasitação com Mebendazol.
"Como enfermeira, tive de contribuir para evitar a propagação da poliomielite, uma doença que não verificávamos no país há muito tempo", disse Tamara. "Contudo, a saúde dos nossos filhos é da responsabilidade de todos, não só das mães, mas também dos pais, como sinal de uma prestação de cuidados responsável", concluiu Tamara.
Uma vez vacinadas, as equipas de vacinação marcaram os dedos das crianças com tinta azul, a fim de as identificar como sendo vacinadas. Além disso, depois de terem assegurado que todas as crianças do agregado familiar foram vacinadas, as equipas registaram a vacinação na porta, destacando quantas crianças estavam presentes.
No arquipélago dos Bijagós onde Tamara trabalha, o qual é um grupo de 88 ilhas e ilhotas (cerca de 20 habitadas), espalhadas por 2,500 quilómetros quadrados do Atlântico ao largo da costa da Guiné-Bissau, incluindo Bubaque, 26 equipas de vacinação, percorreram longas distâncias para se certificarem de que todas as crianças seriam vacinadas. Apesar de ter uma população relativamente pequena, o arquipélago de Bijagós requer uma logística significativa para tal campanha, não só para viagens dentro das ilhas, mas também, entre ilhas, devido à falta de transporte (barcos, carros, motorizadas). Além disso, as ilhas de Bijagós são conhecidas pelo movimento frequente de pessoas entre as ilhas e para a capital, Bissau. No entanto, a identificação das famílias visadas foi bem feita pelos Agentes de Saúde Comunitária (ASCs). Em resposta ao movimento constante de pessoas, as equipas de saúde nas diferentes ilhas mantiveram-se em contacto frequente, informando-se mutuamente sobre a ausência de crianças. Há relatos de equipas de vacinação empenhadas que viajaram de barco durante horas para vacinar uma única criança numa ilha remota, ou equipas que viajaram com muito pouco combustível no barco, arriscando as suas vidas para garantir que cada criança seria vacinada.
Devido à época de colheita do caju em curso na Guiné-Bissau, foram verificadas situações em que as equipas de vacinação tiveram dificuldade de chegar a algumas crianças porque foram levadas para as hortas de castanhas de caju pelos seus pais. Mas isto não as impede de serem campeãs do bem-estar das crianças da Guiné-Bissau, procurando crianças nas zonas mais difíceis de alcançar e contactando os pais e cuidadores por telemóvel, encaminhando-as para os locais de vacinação mais próximos.
Num sábado de sol, a Tamara e a sua equipa de vacinação estavam a administrar as vacinas contra a poliomielite em Bubaque quando receberam a informação de que Auzenda Cardoso estava a trabalhar na sua horta de castanhas de caju, levando consigo Sandrinho Jaime Aladge (com 3 anos de idade). Após conversarem com a sua vizinha, puderam contactá-la através do telemóvel e encaminhá-la para o local de vacinação mais próximo estabelecido na Direção Regional de Saúde para estas situações específicas.
A Auzenda Cardoso e o seu marido, Jaime Aladge, têm três hortas de castanhas de caju em Bubaque, nas quais trabalham. Graças às receitas das vendas, podem comprar alimentos básicos, tais como o arroz, pagar a educação dos seus filhos, comprar medicamentos e roupas. No entanto, assim que soube que a equipa de vacinação seria capaz de vacinar o seu filho contra a poliomielite, parou imediatamente o seu trabalho para caminhar rapidamente cerca de 5 Kms com o seu filho às costas, fazendo tudo o que estava ao seu alcance para assegurar que o seu filhinho seria protegido contra a poliomielite e outras doenças evitáveis.
A colheita do caju é a principal atividade económica para as famílias Guineenses. A produção de caju na Guiné-Bissau é realizada manualmente, e o esforço para aumentar a produtividade só ocorre através da expansão da área agrícola utilizada para o cultivo do caju. Uma quantidade limitada do caju colhido é processada, principalmente para consumo doméstico: a fruta de caju é transformada em vinho e a castanha de caju é torrada e descascada. No entanto, a grande maioria da produção de castanha de caju é direcionada para a exportação da amêndoa do caju em bruto.
A campanha do caju é fundamental para a economia da Guiné-Bissau porque é a principal fonte de rendimento dos agricultores da Guiné-Bissau e também providencia uma grande contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Dados da Aliança Africana do Caju indicam a Guiné-Bissau como o segundo maior produtor do contingente, depois da Costa do Marfim, contribuindo com cerca de 8% das castanhas produzidas no mundo.
"A saúde das nossas crianças é a coisa mais importante do mundo", disse Auzenda. "Foi por isso que corri para chegar ao local de vacinação que foi gentilmente indicado pelos vacinadores, eles são uma bênção", concluiu ela.
Em apoio a esta campanha, o UNICEF ajudou a Guiné-Bissau nas seguintes áreas:
• Compra de 907,500 doses das vacinas pólio assim como a assegurar a necessária cadeia de frio através da aquisição de 5 frigoríficos para conservação das vacinas de forma a fazer face a carências existente nas regiões;
• Apoiou a distribuição das vacinas e materiais/equipamentos de campanha para as regiões, assim como, fundos para as equipas de logística, monitores de frasco e mobilização social;
• Mobilizou líderes religiosos e tradicionais, jovens, associações de mulheres, estudantes, professores, pais e prestadores de cuidados, meios de comunicação e inúmeros influenciadores locais, promovendo o seu engajamento ativo na realização da campanha pólio.
Espera-se que a campanha contra a poliomielite na Guiné Bissau ponha fim ao ressurgimento de casos de poliomielite. Está a ser apoiada pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, a qual é uma parceria público-privada liderada por governos nacionais com seis parceiros principais - a Organização Mundial de Saúde (OMS), Rotary International, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Fundação Bill & Melinda Gates e GAVI, a Aliança de Vacinas. O seu objetivo é erradicar a poliomielite em todo o mundo.
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História
14 dezembro 2021
CAMPANHA LARANJA : 16 DIAS CONTRA A VIOLÊNCIA DE GÉNERO
No dia 25 de Novembro , celebramos o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra Mulheres.
Este dia arranca, o início de uma campanha de 16 dias contra a violência de gênero, que termina no dia 10 de Dezembro, Dia dos Direitos Humanos.
Esta campanha é associada a cor laranja, uma cor que representa um futuro livre de violência.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) na Guiné-Bissau, decidiu entrevistar a Sra. Caterina Viegas, recém-eleita Presidente do Grupo de Trabalho sobre mulheres juventude e paz.
Nesta conversa abordamos a violência de género, os impactos que está violência têm no sector da saúde, entre outros.
Convidamos-vos a ler esta interessante entrevista!
OMS Guiné-Bissau : Dia 25, Dia Internacional da Violência de Género, houve um relatório da ONG FEC que afirmava que 67% das mulheres na Guiné-Bissau, sofreram de violência de género. Quais são os tipos de violência que uma mulher sofre na Guiné-Bissau?
Caterina Viegas: São preocupantes esses números, podemos dizer que quase 70% das mulheres sofrem de violência baseada no género. A violência começa já numa idade muito tenra, por exemplo mais de 50 % das meninas na Guiné-Bissau sofrem da mutilação genital feminina. Devemos lamentar esta prática e afirmar que é uma violência contra o sexo feminino, que infelizmente está muito presente no nosso país. A consequência deste tipo de violência, reflete na saúde da mulher, na sua vida sexual e reprodutiva e fica um trauma que a acompanha para o resto da vida.
O segundo aspeto tem a ver com a violência sexual, as mulheres quase que não abordam este aspeto é um tabu. Na Guiné-Bissau também não existe uma lei que proíbe o incesto. As mulheres são intimidadas para não falar desse assunto. A sociedade também depois dessa situação vai repudiar e culpar a mulher, por exemplo, dizem que a “mulher não tem cabeça”, que a “mulher aceita isso” ou que a “mulher fala coisas que não devia falar”. Infelizmente, existe o pacto, que a violência sexual, tem que ser um segredo familiar ou da comunidade, para evitar eventuais choques de família.
Vou dar-vos um exemplo concreto, há uns anos, fui a Biombo fazer pesquisas, queria ver os casos onde as mulheres apresentavam queixas contra o agressor. A maioria destas queixas eram relacionadas com a violência sexual. Quando os agentes do tribunal iniciam o julgamento, e começam a recolher depoimentos, os familiares vêm pedir para arquivar o caso, que já chegaram a consenso ou querem proteger a menina. Existe a crença, que se as pessoas souberem do caso, nenhum homem vai querer casar com a menina. Devido à estas influências culturais, estas situações de violência acabam por não ser julgadas, os agressores ficam impunes e estes atos infelizmente continuam.
O terceiro aspeto, está relacionado com a pobreza, tanto do lado das mulheres como das meninas. Devido a estas situações precárias, as meninas, viram-se para atividades relacionadas com o sexo. Isto para mim é violência. As mulheres passam também por este tipo de violência, porque não tem meios económicos para se posicionar, falar ou para negar certas atividades que lhes fazem mal. Acabam por aceitar tudo. Esta violência sexual, também está relacionada com o seu parceiro.
"A violência começa já numa idade muito tenra, por exemplo mais de 50 % das meninas na Guiné-Bissau sofrem da mutilação genital feminina."
Por exemplo, uma mulher deu à luz e depois queria ir visitar os seus familiares para lhe apoiarem nos primeiros meses. Esta mulher pediu dinheiro ao marido, para poder pagar o transporte até a tabanca dos familiares. O marido disse-lhe que só lhe dava dinheiro, depois de terem relações sexuais. Isto é um caso de violência sexual. O problema é que a comunidade acha normal, dizem sempre que é habitual os casais terem problemas. O que as pessoas não entendem é que podemos ter problemas, mas o importante é dialogar em vez de estarmos a brigar ou como se diz em crioulo suta.
Outro tipo de violência é quando o homem não assume a sua responsabilidade, por exemplo o sustento da família, ou não dialoga com a mulher sobre a educação das crianças.
O quinto ponto é que a consequência desta violência, acaba por recair nas crianças. Quando numa família, o homem e a mulher não se entendem, quando há problemas por causa do rendimento, ou da não responsabilidade do homem, as crianças sofrem. Não têm acesso à educação, à saúde e ao bem-estar.
O sexto aspeto é a exploração infantil. Muitas crianças são incentivadas para fazerem a vida ambulante de banana, mancarra. As crianças andam de um lado para o outro, e a maioria dessas crianças são meninas e podem ser aproveitadas. Muitos homens aproveitam essas meninas. Entre os rapazes, existem aqueles meninos que são aproveitados para pedir esmolas na rua, são os meninos talibés. São estipuladas as quantidades que tem que trazer. Estas práticas de abuso infantil, estão espalhadas por todo o território da Guiné-Bissau.
Outro tipo de violência são os casamentos forçados ou arranjados. As meninas agora têm alguma instrução e sendo assim tentam fugir desses casamentos. Procuram o acolhimento de alguém ou de uma instituição, para poderem continuar com os seus estudos e escapar deste ato tão violento e bárbaro.
OMS Guiné-Bissau: Pela sua primeira resposta, dá a impressão que muitas vezes a comunidade em vez de apoiar a vítima, tenta silenciar o abuso. Queria saber então se a violência de género é vista como uma preocupação para a comunidade?
Caterina Viegas: A comunidade pensa que está a proteger a vítima. Reflexiona da seguinte maneira “se toda a gente souber que a vítima foi violada, ela vai ficar sem um casamento, sem um lar”. Existem organizações a trabalhar nas regiões, para sensibilizar as comunidades que a violência deve ser abordada e o agressor tem que ser punido.
Existem trabalhos a serem feitos com o poder tradicional e religioso, para sensibilizar os líderes sobre a violência em base de género. Conheço também associações de mulheres que tentam mediar conflitos.
Vou dar outro exemplo concreto, na nossa lei uma mulher deve ficar com a criança até aos 9 anos de idade. Houve um caso que o marido tentou reter a criança, para ver se com isso a mulher também ficava. Os líderes do poder tradicional, tentam mobilizar a mulher para ficar.
Nas regiões de Gabu e Bafatá, chama-se a essa prática em fula, Djoka Renta, que é um diálogo para a mediação, onde as partes têm que se entender na base da harmonia. Aí, infelizmente não tomam em consideração a gravidade da violência ou do problema, não levam para a polícia ou a justiça, o agressor. Falam, falam depois vão pedir a mulher para sofrer e ficar com o marido. O marido, fica impune e esses tipos de violações continuam, pois, uma conversinha acaba por apaziguar tanta crueldade. Isso afeta a família, a mulher e as crianças de novo.
OMS Guiné-Bissau: Acha que a violência de género é discutida entre as mulheres e as meninas? Ou é ainda é um tabu?
Caterina Viegas : Não é um tabu, pelo menos ao nível da capital, Bissau, existe essa conversa entre as mulheres sobre a violência. Com outras organizações da sociedade civil, existe esse espaço de partilha e de procurar soluções, para as mulheres poderem encontrar uma solução quando existe assedio, repressão ou violência.
A educação dada aos homens é para estarem na esfera pública, na política, nos serviços administrativos, então acham que o lugar deles é nos diferentes departamentos, na liderança dos partidos políticos ou na governação, enquanto a mulher deve ficar em casa para os trabalhos domésticos.
A Mulher está preparada para uma concorrência com os homens. Essa mudança tem que acontecer. Acreditamos que no futuro haverá um reconhecimento do sexo masculino, em considerar o sexo aposto como uma colega de trabalho e que poderá dar a sua contribuição para transformação tanto social, como para o desenvolvimento do país.
"A Mulher está preparada para uma concorrência com os homens. Essa mudança tem que acontecer."
OMS Guiné-Bissau: Que tipo de estigma, tem uma mulher que foi vítima de violência de género?
Caterina Viegas: Normalmente as pessoas pensam que a culpa é das mulheres ou das meninas, porque o estilo dela não é favorável ou que o vestuário devia tapar todo o corpo. O incesto é a mesma coisa, dizem que a mulher provoca o homem e não veem que pode ser o contrário.
Toda a família coloca de lado a vítima, em vez de a apoiar, a vítima sofre de sanções a nível da família e da comunidade. Cortam a comunicação com a pessoa, e esta é vista como uma inútil que não tem carácter. Se ficar grávida pior ainda, a pessoa é posta fora de casa. Se recusar o casamento forçado, ela vai ser procurada e vai sofrer sanções. É um contexto de muita violência que a pessoa dificilmente escapa quando é vitima.
As organizações de defesa, tentam apoiar, temos a Liga Guineense dos Direitos Humanos, que arranjam famílias de acolhimento ou encaminham os processos para serem julgados. Infelizmente, na maioria das vezes esses processos são arquivados.
OMS Guiné-Bissau: Quais são os impactos da violência de género ao nível da saúde?
Caterina Viegas: Todo o tipo de violência, seja física, psicológica ou verbal deixa uma marca. As vitimas ficam com traumas.
Se for violência física, a pessoa tem que procurar estabelecimentos de saúde, para poder ter um tratamento e muitas vezes as vitimas economicamente não têm meios para poderem pagar os serviços criar estratégias tanto de colaboração com outras entidades.
Por exemplo, se a vítima for de violência sexual, existem uns tipos de tratamentos que deve ter, observar que tipo de lesões teve. Os técnicos de saúde, têm que colaborar com várias Instituições, como por exemplo a Inspeção Geral do Trabalho, Instituições Judiciarias, para que o caso seja abordado nas várias vertentes.
Queria dizer também, que as Instituições Religiosas, trabalham muito na defesa da vítima. Estas organizações estão espalhadas por todo o país e situam-se nas zonas com menos acesso, sobretudo na zona Sul, onde existem muitos casos de violência e casamentos forçados. Esses pastores dão assistência e enviam as vítimas para Bissau. Na capital, existem mais sistemas e formas de atendimento e de acolhimento para as vitimas, tanto ao nível das Instituições de Saúde, como de Instituições de Acolhimento.
OMS Guiné-Bissau : O que é que a OMS e outras agências das Nações-Unidas, poderiam fazer para continuar a apoiar as vítimas de violência de género?
Caterina Viegas: Seria importante preparar kits para as vítimas de violência, tanto sexual como física. Sei que existem esse tipo de kits para grávidas.
Outra ideia, seria de desenhar uma equipa multidisciplinar para apoiar as vítimas. A OMS e outras agências, poderiam fazer campanhas de sensibilização. Poderia igualmente, recolher informação das vítimas e fazer um recenseamento. É importante ter dados e fazer o seguimento e monitorização.
OMS Guiné-Bissau: Acha que aumentou a violência contra as mulheres durante a pandemia?
Caterina Viegas: Com a preocupação com o estado de emergência, houve uma maior violência doméstica. Tanto os homens, como as mulheres estavam agitadas e já não aguentavam a relação normal nas suas casas. Houve de facto, um aumento dos relatos sobre agressão e violência. Com a pandemia e com as medidas restritivas, as mulheres também não puderem vender os seus produtos nos mercados, o que limitou o seu poder económico.
OMS Guiné-Bissau: A violência contra as mulheres, é um combate das mulheres, das meninas, mas também é uma luta dos homens e afeta toda a sociedade. Como podemos involucrar essas pessoas?
Caterina Viegas: A Violência baseada em género, é uma luta de tod@s. Todos os homens, mulheres e jovens devem de uma forma coordenada trabalhar nesse aspeto. Devemos promover o diálogo!
"Com a pandemia e com as medidas restritivas, as mulheres também não puderem vender os seus produtos nos mercados, o que limitou o seu poder económico."
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História
22 novembro 2021
O empreendedorismo juvenil: Uma solução para a criação de emprego na Guiné-Bissau
Jackline Martins gere o seu próprio negócio de cartuchos de impressora de líquidos reciclados da sua cozinha doméstica, prestando serviços a empresas públicas e privadas, escolas, universidades, bem como a indivíduos na Guiné-Bissau.
Em 2018, criou a "Ambiental Multicolor" (Multicor Ambiental) como um esforço para gerar rendimentos de uma forma amiga do ambiente. Após não ter encontrado um emprego adequado, pensou nesta ideia e apresentou-a num concurso de empreendedorismo, que ganhou.
"Quando terminei os meus estudos, vim para cá e não havia emprego e depois ouvi falar de um concurso, candidatei-me e consegui o financiamento", diz a Sra. Martins, de 30 anos.
"Pensei exactamente sobre este negócio porque a reciclagem de cartuchos é um negócio amigo do ambiente. Os cartuchos usados são normalmente deitados fora, e para reduzir a quantidade de resíduos sólidos, surgiu-me esta ideia de recarregar os cartuchos", acrescenta elaNa 15ª conferência quadrienal da UNCTAD (UNCTAD15), realizada de 3 a 7 de Outubro, na qual a Guiné-Bissau participou, os países examinaram as medidas prioritárias necessárias para apoiar proprietários de pequenas empresas como a Sra. Martins para facilitar uma recuperação mais forte e mais inclusiva da pandemia.
A economista nacional, Mussaba Canté, sublinhou a necessidade de apoiar empresários locais como a Sra. Martins para impulsionar o desenvolvimento sócio-económico na Guiné-Bissau.
Vencedora do prémio
Recentemente, a Sra. Martins participou num concurso de empreendedorismo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para envolver jovens empresários e quase-empresários no desenvolvimento de ideias para o sector público.
Emergiu em terceiro lugar e ganhou um prémio de 1.800 dólares (1.000.000 francos CFA), com o qual pretende expandir o seu negócio através da venda de material informático.
A Sra. Martins sente que o empreendedorismo "tem vindo a crescer recentemente no país", especialmente entre os jovens e as mulheres. Apesar deste crescimento, afirma, "os empresários enfrentam frequentemente dificuldades", tais como a falta de meios financeiros.
Ela acredita que a Guiné-Bissau deveria criar oportunidades para estabelecer novas instalações e lançar novas iniciativas para jovens empresários. Actualmente, organizações como o PNUD estão a promover o empreendedorismo entre os jovens e as mulheres no país.
A Sra. Martins diz que a iniciativa do PNUD é muito útil e que o financiamento também é útil. No entanto, existe a necessidade de orientar os empresários sobre a forma de a utilizar. "O financiamento pode ser útil, mas se eles não souberem como aplicá-lo, torna-se mais complicado".
Ela sugere a criação de uma plataforma onde os empresários possam "escrever as suas actividades diárias, fluxo de negócios, fluxo de caixa, estratégias de marketing, e utilizar estas ferramentas para acompanhar o financiamento".
Na sequência da sua vitória no concurso de empreendedorismo, a Sra. Martins está a receber mentoria do PNUD e dos seus parceiros. Eles estão a acompanhar de perto a sua viagem, que mais tarde será partilhada num evento onde outros jovens serão convidados, como parte dos esforços para apoiar e encorajar o empreendedorismo na Guiné-Bissau.
Expansão da força de trabalho, mas emprego decente limitado
Os jovens constituem mais de um terço (34,2%) da população de África, actualmente a única região do mundo cuja força laboral está em rápida expansão, de acordo com um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) intitulado "Tackling the youth employment challenge".
Contudo, o emprego decente continua a ser um desafio para o continente, especialmente para os jovens e as mulheres. Em 2019, cerca de 34 milhões de pessoas estavam desempregadas em África. Destes, 12,2 milhões eram jovens com idades compreendidas entre os 15 e 24 anos.
O empreendedorismo pode ser uma solução para o desafio do emprego decente entre os jovens africanos, incluindo os bissau-guineenses, que representam quase 40% da população do país.
De acordo com as estimativas modelizadas pela OIT para 2019, a taxa de desemprego entre os jovens bissau-guineenses (15 a 24 anos) é de 4,6%.
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História
18 novembro 2021
Dia Africano das Estatísticas
A comunidade estatística africana celebra hoje 18 de Novembro o Dia Africano da Estatística (DAE) com o objectivo de sensibilizar o público para a importância da estatística no desenvolvimento económico e social do continente.
O tema deste ano é "Modernizar os Sistemas Estatísticos Nacionais para apoiar o desenvolvimento sociocultural em África" e está em consonância com o tema da União Africana do ano 2021 "Artes, Cultura e Património: Níveis para a Construção da África que Queremos" e apela ao reforço da produção de Estatísticas de Artes, Cultura e Património para o Desenvolvimento Sustentável e a Construção da África que Queremos".
O tema do Dia Africano da Estatística em 2021 foi escolhido para aumentar a sensibilização entre decisores, parceiros técnicos e financeiros, produtores e utilizadores de dados, investigadores, e o público em geral sobre a importância dos dados e estatísticas sobre cultura e criatividade económica no processo de construção de um mundo melhor e, mais inclusivo, pós-pandemia COVID-19.
Na Guiné-Bissau, o Instituto Nacional da Estatística (INE) é o órgão nacional responsável pela informação da estatística oficial do país e tem realizado vários estudos.
O director do INE, senhor Carlos Mendes da Costa informou que os últimos estudos sobre as condições de vida de agregados familiares foram realizados em 2018. Trata-se do inquérito sobre as condições de vida dos agregagados familiares e foi financiado pelo Banco Mundial em colaboração com a UEMOA.
“É um estudo feito em todos os países, nós fizemos em 2018 e 2019, e a análise do estudo ainda está em curso. Ainda não temos os resultados por isso ainda não o publicamos. Neste momento estamos na 2ª fase da realização desse inquérito, o que devia ser feito desde Setembro, Outubro e Novembro deste ano mas devido à pandemia tudo atrasou-se e neste momento estamos na fase inicial, que é a fase da cartografia” informou. Um dos grandes desafios do INE, segundo o director é a falta de financiamento que tem dificultado a realização de vários estudos. O último estudo da pobreza foi realizado em 2010, e tinham agendado fazer isso em cada dois anos mas até agora estão atrasados por falta de financiamentos. Recentemente submeteram um programa para o governo, e este está a estudar quais são as possibilidades da realização desses estudos devido à sua importância para a condução da vida dos cidadãos, para a elaboração de políticas que respondam à satisfação dos cidadãos e a importância de seguimento dessas políticas. O INE tem recebido há vários anos muitos apoios do sistema das Nações Unidas no quadro da implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. As agências FNUAP, UNICEF, PNUD têm contribuído particularmente na capacitação dos quadros, no apoio financeiro e técnico para a realização do recenseamento geral da população e habitação (2009), na elaboração da sua estratégia nacional de desenvolvimento da estatística, e na produção dos estudos sobre Inquéritos de Agrupamento de Indicadores Múltiplos (MICS) para ajudar os país a preencher as lacunas de dados sobre o bem-estar das crianças e das mulheres. O MICS realizado pelo Ministério da Economia e Finanças, através da Direção Geral do Plano/Instituto Nacional de Estatística (INE) é uma importante fonte de dados para mais de 30 indicadores de Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Nos últimos anos, o INE também estabeleceu um Plano de Trabalho Anual com o Programa Alimentar Mundial para a realização de recolha de preços de produtos agrícolas e a realização do inquérito SiSSAN. Neste momento, o INE está a negociar o financiamento para o 4º recenseamento geral da população que em princípio deve-se realizar em 2023, e o director informou que estão em negociação com o FNUAP que já garantiu um certo montante para a realização de várias actividades e tiveram recentemente a oferta de UNICEF para algumas outras atividades. Sobre os ODS, o segundo relatório de seguimento do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2020 informou que a Guiné-Bissau continua a figurar-se na lista dos países mais pobres do planeta. Segundo as estimativas do 2º Inquérito Ligeiro de Avaliação da Pobreza (ILAP2 2010), a percentagem da população guineense em situação da pobreza extrema e de pobreza absoluta passaram respetivamente de 20,8% e 63,7% em 2002 para 33,0% e 69,3% em 2010 Para o Dr. Aladje Baldé, diretor do Instituto Nacional da Saúde Pública, a estatística é um instrumento extremamente importante para nos orientar em todas as áreas. “Sem instrumentos estatísticos não podemos praticamente fazer nada que possa servir para o futuro, daí que acho que é uma área muito importante, aliás é a área onde o nível da empregabilidade é muito elevado em relação à qualquer outra área pela importância que tem para a vida dos seres humanos” salientou o doutor. INASA é instituição coordenadora de todas as actividades de pesquisa da saúde na Guiné-Bissau, e sobretudo a base técnica de consulta e aconselhamento sobre políticas e estratégias de saúde baseadas em evidência. Actualmente o INASA está a trabalhar na produção do sistema de informação sanitária que vai recolher todas as informações ao nível da saúde e consequentemente ajudar o país tomar decisões muito importantes para o seu próprio desenvolvimento. “Nós até aqui não sabemos quantas pessoas é que morrem por dia ou por ano, quantas pessoas nascem, não sabemos, não existe nenhuma informação no sistema sobre isso, não há ligação entre os tribunais e a parte de saúde” declarou o Dr. Baldé. O responsável informou que o Fundo Global deu algum financiamento para reforçar a sua capacidade mas o PNUD tem sido uma “organização internacional que tem dado apoio com uma grande energia”. Actualmente, o INASA está a trabalhar em parceria com o PNUD através de um projecto do Fundo Global para criar vários módulos de recolhas de informações que estará centralizado num módulo principal dos parceiros, do governo e todos os organismos internacionais para buscar as informações concretas e fiáveis na base da qual podem tomar decisões. Sobre o combate ao COVID19, Dr. Aladje disse que o centro operacional das emergencias em saúde está no INASA, que é a parte técnica fundamental para tomar decisões e trabalhar no terreno e tudo isso é graças a estas informações extraídas do módulos criados do COVID19. Como conclusão, o Dr. Baldé informou que o ACCOVID19 publica diariamente os casos porque os laboratórios estão ligados a esse sistema. Assim quando terminam os trabalhos do dia, e de forma transparente, toda a gente sabe e têm informações sobre quantos casos existem e que medidas devem tomar. “Por isso quando se toma qualquer decisão de confinamento estão lá as evidências, portanto a estatística contribui significativamente para dar essas informações” concluiu.
“É um estudo feito em todos os países, nós fizemos em 2018 e 2019, e a análise do estudo ainda está em curso. Ainda não temos os resultados por isso ainda não o publicamos. Neste momento estamos na 2ª fase da realização desse inquérito, o que devia ser feito desde Setembro, Outubro e Novembro deste ano mas devido à pandemia tudo atrasou-se e neste momento estamos na fase inicial, que é a fase da cartografia” informou. Um dos grandes desafios do INE, segundo o director é a falta de financiamento que tem dificultado a realização de vários estudos. O último estudo da pobreza foi realizado em 2010, e tinham agendado fazer isso em cada dois anos mas até agora estão atrasados por falta de financiamentos. Recentemente submeteram um programa para o governo, e este está a estudar quais são as possibilidades da realização desses estudos devido à sua importância para a condução da vida dos cidadãos, para a elaboração de políticas que respondam à satisfação dos cidadãos e a importância de seguimento dessas políticas. O INE tem recebido há vários anos muitos apoios do sistema das Nações Unidas no quadro da implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. As agências FNUAP, UNICEF, PNUD têm contribuído particularmente na capacitação dos quadros, no apoio financeiro e técnico para a realização do recenseamento geral da população e habitação (2009), na elaboração da sua estratégia nacional de desenvolvimento da estatística, e na produção dos estudos sobre Inquéritos de Agrupamento de Indicadores Múltiplos (MICS) para ajudar os país a preencher as lacunas de dados sobre o bem-estar das crianças e das mulheres. O MICS realizado pelo Ministério da Economia e Finanças, através da Direção Geral do Plano/Instituto Nacional de Estatística (INE) é uma importante fonte de dados para mais de 30 indicadores de Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Nos últimos anos, o INE também estabeleceu um Plano de Trabalho Anual com o Programa Alimentar Mundial para a realização de recolha de preços de produtos agrícolas e a realização do inquérito SiSSAN. Neste momento, o INE está a negociar o financiamento para o 4º recenseamento geral da população que em princípio deve-se realizar em 2023, e o director informou que estão em negociação com o FNUAP que já garantiu um certo montante para a realização de várias actividades e tiveram recentemente a oferta de UNICEF para algumas outras atividades. Sobre os ODS, o segundo relatório de seguimento do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2020 informou que a Guiné-Bissau continua a figurar-se na lista dos países mais pobres do planeta. Segundo as estimativas do 2º Inquérito Ligeiro de Avaliação da Pobreza (ILAP2 2010), a percentagem da população guineense em situação da pobreza extrema e de pobreza absoluta passaram respetivamente de 20,8% e 63,7% em 2002 para 33,0% e 69,3% em 2010 Para o Dr. Aladje Baldé, diretor do Instituto Nacional da Saúde Pública, a estatística é um instrumento extremamente importante para nos orientar em todas as áreas. “Sem instrumentos estatísticos não podemos praticamente fazer nada que possa servir para o futuro, daí que acho que é uma área muito importante, aliás é a área onde o nível da empregabilidade é muito elevado em relação à qualquer outra área pela importância que tem para a vida dos seres humanos” salientou o doutor. INASA é instituição coordenadora de todas as actividades de pesquisa da saúde na Guiné-Bissau, e sobretudo a base técnica de consulta e aconselhamento sobre políticas e estratégias de saúde baseadas em evidência. Actualmente o INASA está a trabalhar na produção do sistema de informação sanitária que vai recolher todas as informações ao nível da saúde e consequentemente ajudar o país tomar decisões muito importantes para o seu próprio desenvolvimento. “Nós até aqui não sabemos quantas pessoas é que morrem por dia ou por ano, quantas pessoas nascem, não sabemos, não existe nenhuma informação no sistema sobre isso, não há ligação entre os tribunais e a parte de saúde” declarou o Dr. Baldé. O responsável informou que o Fundo Global deu algum financiamento para reforçar a sua capacidade mas o PNUD tem sido uma “organização internacional que tem dado apoio com uma grande energia”. Actualmente, o INASA está a trabalhar em parceria com o PNUD através de um projecto do Fundo Global para criar vários módulos de recolhas de informações que estará centralizado num módulo principal dos parceiros, do governo e todos os organismos internacionais para buscar as informações concretas e fiáveis na base da qual podem tomar decisões. Sobre o combate ao COVID19, Dr. Aladje disse que o centro operacional das emergencias em saúde está no INASA, que é a parte técnica fundamental para tomar decisões e trabalhar no terreno e tudo isso é graças a estas informações extraídas do módulos criados do COVID19. Como conclusão, o Dr. Baldé informou que o ACCOVID19 publica diariamente os casos porque os laboratórios estão ligados a esse sistema. Assim quando terminam os trabalhos do dia, e de forma transparente, toda a gente sabe e têm informações sobre quantos casos existem e que medidas devem tomar. “Por isso quando se toma qualquer decisão de confinamento estão lá as evidências, portanto a estatística contribui significativamente para dar essas informações” concluiu.
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História
22 novembro 2021
Em parceria com FAO, Guiné-Bissau intensifica ações contra alterações do clima
Banhada pelo Oceano Atlântico, a Guiné-Bissau, com mais de 80 ilhas, une esforços para proteger seus recursos naturais e sua população de 1,8 milhão de habitantes dos efeitos das mudanças climáticas.
Considerada um Pequeno Estado-Ilha em Desenvolvimento, a nação africana é frequentemente ameaçada por fatores como a subida do nível do mar e a erosão costeira.
Jovens
Segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, “A crise climática é uma crise dos direitos da criança: apresentando o índice de risco climático das crianças”, o impacto das alterações climáticas ameaça a saúde, educação e proteção dos jovens guineenses.
O documento concluiu que as crianças guineenses estão altamente expostas às inundações costeiras e poluição do ar, mas também que os investimentos em serviços sociais, especialmente educação, água, higiene e saneamento podem fazer uma diferença significativa na capacidade de proteger o seu futuro dos impactos das mudanças.
Tecnologias Inteligentes
Em 30 de outubro, a Tabanca de Bruce, em Bubaque, recebeu um campo de produção hortícola.
O projeto “Adoção de Práticas Agrícolas Eficientes” implementado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, e pelo governo da Guiné-Bissau beneficiará diretamente mais de 600 pessoas da localidade e disponibilizará mais de 20 mil litros de água por dia.
Bubaque está localizada a quatro horas de barco da capital Bissau e tem uma população de cerca de 10 mil pessoas.
A ilha é parte do Arquipélago de Bijagós, uma área protegida, classificada pela Unesco, em 1996, como reserva da biosfera. O arquipélago tem uma área total de 2.624 km²e população total de cerca de 30 mil habitantes.
Políticas eficientes
Mario Reis, Oficial de Programas da FAO, disse que a ideia do projeto, que também foi desenvolvido em Seychelles e Cabo Verde, é promover estratégias de políticas eficientes e inteligentes para o desenvolvimento sustentável.
“As ilhas têm as suas particularidades, especialmente em relação ao acesso. Neste momento, o que é consumido, de maneira geral, vem do continente. Então, faz todo sentido desenvolver estruturas para a agricultura nas ilhas. Escolhemos Bubaque como local de intervenção do projeto e a principal atividade realizada foi a instalação de um centro de demonstração de agricultura irrigada que vai servir de aprendizagem para as melhores práticas agrícolas para combater as mudanças climáticas”, disse Reis.
Pandemia
O perímetro foi construído em menos de quatro meses compondo um furo de cerca de 30 metros, uma bomba de geração e armazenamento de água e quatro reservatórios em pontos diferentes para servir à população.
“Nós vimos que durante a pandemia de Covid-19 as populações das ilhas ficaram ainda mais isoladas. Havia dificuldade de acesso muito maior, restrições de viagens. Estas localidades já são mais vulneráveis e ficaram ainda mais frágeis. Por isso é tão necessário desenvolver iniciativas que possam fortalecer as atividades agrícolas nas ilhas”.
Amendoim
Bonifácio Alves nasceu na ilha, onde vive com a família que ele sustenta com recursos da plantação de amendoim, utilizado para consumo próprio e para revenda.
As sementes de mancarra, como o alimento é chamado na língua crioulo, são doadas pela FAO no âmbito do Projeto de Urgência de Segurança Alimentar.
Além da mancarra, que é abundante em Bubaque, Bonifácio lembra uma das atividades principais dos Bijagós é a pesca e que a conservação dos peixes é cada dia mais importante para a alimentação da população da ilha.
Seca e chuva
“Nos últimos anos, no período de seca e de chuva a população de Bubaque e das ilhas vêm sofrendo com as mudanças climáticas. Mas, com apoio de Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, Ibap, estamos mudando a mentalidade. Devemos proteger a nossa cultura e o meio ambiente. Porque protegendo o meio ambiente teremos uma boa saúde e um bom clima”.
Já Laurinda Mendes, que vive com a família na Tabanca de Bruce, lembra que a água sempre foi um grande problema para a população de Bruce e que, para garantir água para a casa, era necessário sair de casa às 7h e só retornar depois das 11h.
Água
“Levávamos mais de 2, 3, 6 km para chegar até a bolanha e pegar água. Agora estamos satisfeitos por termos água aqui perto. É só chegar, apanhar a água e voltar para a casa. Agora, se somos muitos, esperamos uns os outros nas bombas e em cinco minutos já temos nossa água”.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 80% dos guineenses são agricultores de subsistência.
Nas ilhas, a dependência dos recursos para a subsistência é ainda maior. Por isso, Iniciativas em conjunto são necessárias para amenizar os impactos das alterações na população da região.
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Comunicado de Imprensa
20 abril 2022
ANTHONY OHEMENG-BOAMAH É O NOVO COORDENADOR RESIDENTE DO SISTEMA DAS NAÇÕES UNIDAS NA GUINÉ-BISSAU
Sr. Anthony Ohemeng-Boamah tem mais de 25 anos de experiência profissional na área do desenvolvimento internacional e possui conhecimentos e perícia abrangentes numa vasta gama de questões de desenvolvimento.
Antes de ser designado Coordenador Residente para a Guiné-Bissau, o Sr. Anthony desempenhou funções de Coordenador Residente da ONU na República Islâmica da Mauritânia (2019-2022), República do Congo (2014-2019) e na República da Guiné (2010-2014).
Antes da sua nomeação como Coordenador Residente da ONU, Sr. Anthony também desempenhou vários cargos no Programa de Desenvolvimento da ONU, onde começou como Economista Júnior em 1992, tendo progredido para Representante Residente Adjunto em Angola, Assistente Especial do Director Regional para África na sede do PNUD, Representante Residente Adjunto na Costa do Marfim e Director Nacional no Ruanda.
Em todos estes cargos, teve a responsabilidade geral pela coordenação e operacionalização das actividades programáticas do PNUD no âmbito da iniciativa "Delivering as One" da ONU e forneceu uma forte liderança na concepção e implementação dos programas e actividades operacionais do Escritório do País (CO).
Sr. Anthony tem experiência e contribuiu para países em várias fases de desenvolvimento, incluindo aqueles que emergem de crises, transições políticas de governo militar para civil, PMD, bem como países de rendimento médio.
O Sr. Ohemeng-Boamah tem um mestrado em Economia e Finanças Internacionais, e um bacharelato em Economia pela Universidade Brandeis em Waltham, Massachusetts, EUA. É Consultor Financeiro Registado e pertence à Associação Internacional de Consultores Financeiros Registados.
O Sr. Ohemeng-Boamah tem um mestrado em Economia e Finanças Internacionais, e um bacharelato em Economia pela Universidade Brandeis em Waltham, Massachusetts, EUA. É Consultor Financeiro Registado e pertence à Associação Internacional de Consultores Financeiros Registados. O Sr. Ohemeng-Boamah é fluente em inglês, francês e português, além da sua língua materna Asante/Twi e outras línguas ganenses.
Antes de ser designado Coordenador Residente para a Guiné-Bissau, o Sr. Anthony desempenhou funções de Coordenador Residente da ONU na República Islâmica da Mauritânia (2019-2022), República do Congo (2014-2019) e na República da Guiné (2010-2014).
Antes da sua nomeação como Coordenador Residente da ONU, Sr. Anthony também desempenhou vários cargos no Programa de Desenvolvimento da ONU, onde começou como Economista Júnior em 1992, tendo progredido para Representante Residente Adjunto em Angola, Assistente Especial do Director Regional para África na sede do PNUD, Representante Residente Adjunto na Costa do Marfim e Director Nacional no Ruanda.
Em todos estes cargos, teve a responsabilidade geral pela coordenação e operacionalização das actividades programáticas do PNUD no âmbito da iniciativa "Delivering as One" da ONU e forneceu uma forte liderança na concepção e implementação dos programas e actividades operacionais do Escritório do País (CO).
Sr. Anthony tem experiência e contribuiu para países em várias fases de desenvolvimento, incluindo aqueles que emergem de crises, transições políticas de governo militar para civil, PMD, bem como países de rendimento médio.
O Sr. Ohemeng-Boamah tem um mestrado em Economia e Finanças Internacionais, e um bacharelato em Economia pela Universidade Brandeis em Waltham, Massachusetts, EUA. É Consultor Financeiro Registado e pertence à Associação Internacional de Consultores Financeiros Registados.
O Sr. Ohemeng-Boamah tem um mestrado em Economia e Finanças Internacionais, e um bacharelato em Economia pela Universidade Brandeis em Waltham, Massachusetts, EUA. É Consultor Financeiro Registado e pertence à Associação Internacional de Consultores Financeiros Registados. O Sr. Ohemeng-Boamah é fluente em inglês, francês e português, além da sua língua materna Asante/Twi e outras línguas ganenses.
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Comunicado de Imprensa
12 abril 2022
Elaboração do Plano de Trabalho Conjunto do novo Quadro de Cooperação entre as Nações Unidas e o Governo da Guiné-Bissau
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Comunicado de Imprensa
09 março 2022
Dia Internacional da Mulher 2022: mensagem do secretário-geral da ONU
No Dia Internacional da Mulher, celebramos mulheres e meninas em todos os lugares.
Celebramos os seus contributos para acabar com a pandemia da COVID-19.
As suas ideias, inovações e ativismo que estão a mudar o mundo para melhor.
E a sua liderança em todos os setores.
Mas também reconhecemos que em muitas áreas, o relógio dos direitos das mulheres está a atrasar.
A pandemia manteve muitas meninas e mulheres fora da escola e do trabalho.
Enfrentam o aumento da pobreza e o aumento da violência.
Fazem a grande maioria do trabalho não remunerado de prestação de cuidados , mas essencial para o mundo. São alvos de violência e de abuso, só por causa do seu gênero. Em todos os países, as mulheres estão escandalosamente sub-representadas nos corredores do poder e nas salas de reuniões das empresas. E como o tema deste ano nos lembra, elas carregam o peso das mudanças climáticas e da degradação ambiental. A partir de agora, no Dia Internacional da Mulher, é hora de adiantar o relógio para todas as mulheres e meninas. Garantindo educação de qualidade para todas as meninas, para que possam construir a vida que desejam e ajudar a tornar o mundo um lugar melhor para todos nós. Através de investimentos significativos na formação das mulheres e de trabalho digno. Através de ações efetivas para acabar com a violência de gênero. Através de ações ousadas para proteger o nosso planeta. Através de cuidados universais totalmente integrados nos sistemas de proteção social. E através de medidas direcionadas, como cotas de gênero, para que todos possamos beneficiar das ideias, experiência e liderança das mulheres em todos os lugares onde há tomada de decisões. A desigualdade de gênero é essencialmente uma questão de poder, num mundo dominado por homens e numa cultura dominada por homens. As relações de poder devem ser invertidas. Nas Nações Unidas, alcançamos a paridade de gênero nos cargos diretivos na sede e em todo o mundo — melhorando o nosso trabalho e representando melhor as comunidades que servimos. Precisamos de mais mulheres ministras do Ambiente, líderes empresariais e presidentes e primeiras-ministras. Elas podem pressionar os países a enfrentar a crise climática, criar empregos verdes e construir um mundo mais justo e sustentável. Não podemos sair da pandemia com o relógio a girar para trás na igualdade de gênero. Precisamos de avançar o relógio dos direitos das mulheres. Chegou a hora. http://bit.ly/sg-mulheres2022
Fazem a grande maioria do trabalho não remunerado de prestação de cuidados , mas essencial para o mundo. São alvos de violência e de abuso, só por causa do seu gênero. Em todos os países, as mulheres estão escandalosamente sub-representadas nos corredores do poder e nas salas de reuniões das empresas. E como o tema deste ano nos lembra, elas carregam o peso das mudanças climáticas e da degradação ambiental. A partir de agora, no Dia Internacional da Mulher, é hora de adiantar o relógio para todas as mulheres e meninas. Garantindo educação de qualidade para todas as meninas, para que possam construir a vida que desejam e ajudar a tornar o mundo um lugar melhor para todos nós. Através de investimentos significativos na formação das mulheres e de trabalho digno. Através de ações efetivas para acabar com a violência de gênero. Através de ações ousadas para proteger o nosso planeta. Através de cuidados universais totalmente integrados nos sistemas de proteção social. E através de medidas direcionadas, como cotas de gênero, para que todos possamos beneficiar das ideias, experiência e liderança das mulheres em todos os lugares onde há tomada de decisões. A desigualdade de gênero é essencialmente uma questão de poder, num mundo dominado por homens e numa cultura dominada por homens. As relações de poder devem ser invertidas. Nas Nações Unidas, alcançamos a paridade de gênero nos cargos diretivos na sede e em todo o mundo — melhorando o nosso trabalho e representando melhor as comunidades que servimos. Precisamos de mais mulheres ministras do Ambiente, líderes empresariais e presidentes e primeiras-ministras. Elas podem pressionar os países a enfrentar a crise climática, criar empregos verdes e construir um mundo mais justo e sustentável. Não podemos sair da pandemia com o relógio a girar para trás na igualdade de gênero. Precisamos de avançar o relógio dos direitos das mulheres. Chegou a hora. http://bit.ly/sg-mulheres2022
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Comunicado de Imprensa
23 fevereiro 2022
Fórum Global da OIT: "Construindo uma recuperação da crise da COVID-19 centrada nas pessoas"
Diretor-geral Ryder,
Distintos(as) representantes de governos, organizações de trabalhadores(as) e empregadores(as),
Senhoras e senhores,
Eu congratulo o diretor-geral Ryder e a OIT por organizarem este Fórum Global.
Sua reunião ocorre em um momento crucial em que nossa capacidade de nos recuperarmos dessa pandemia – e resgatar os ODS – está em jogo.
Para os países, para as economias, para as famílias e para os(as) trabalhadores(as).
À medida que a pandemia da COVID-19 avança, a pobreza está aumentando.
As desigualdades estão aumentando.
A renda das famílias está diminuindo – enquanto os bilionários do mundo viram seus lucros pessoais dispararem.
A situação é ainda pior para as mulheres, cuja participação na renda global total é inferior a 35%, e que enfrentam o aumento do desemprego e a maior carga de cuidados em todos os países.
Sem redes de segurança social robustas e oportunidades de trabalho decente, muitas mulheres que deixaram a força de trabalho durante a COVID-19 podem não conseguir entrar novamente – uma tragédia com consequências potencialmente ao longo da vida.
Enquanto isso, uma distribuição de vacinas profundamente desigual e profundas diferenças fiscais estão abrindo caminho para a recuperação dos países ricos, enquanto bloqueiam o progresso para os países mais pobres do mundo.
Os países ricos estão investindo uma percentagem muito maior de seus PIBs na recuperação.
Enquanto muitos países de baixa renda estão presos por dívidas em espiral e carentes de recursos – vítimas de um sistema financeiro global que coloca os lucros antes das pessoas.
Os países em desenvolvimento enfrentam um déficit maciço e duradouro de empregos.
E nós estamos falhando totalmente em enfrentar a emergência climática com ações urgentes, transformadoras e concretas nesta década. O mundo está dramaticamente fora do objetivo de atingir a meta de 1,5 grau com a qual os países concordaram em Glasgow e do compromisso de US$ 100 bilhões para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem.
Como seu tema nos lembra, precisamos de uma recuperação verde, centrada nas pessoas, que coloque as pessoas em primeiro lugar.
Colocar as pessoas em primeiro lugar significa alcançar a proteção social universal, a melhor linha de defesa contra choques de todos os tipos e fundamental para uma transição justa.
Isso significa investimentos estratégicos em empregos decentes e aceleração da formalização de empregos no setor informal.
Colocar as pessoas em primeiro lugar significa uma verdadeira equidade em vacinas, com governos e empresas farmacêuticas trabalhando juntos para fornecer vacinas a todas as pessoas, em todos os lugares – não apenas em países ricos – e expandindo a capacidade local de fabricá-las.
Isso significa reformar o sistema financeiro global para que todos os países possam ter acesso a financiamento para apoiar seu povo, inclusive por meio de alívio de dívidas e sistemas tributários mais justos que canalizem alguns dos enormes bolsões de riqueza do mundo para aqueles que mais precisam.
Colocar as pessoas em primeiro lugar significa compromissos climáticos que correspondem à escala e à urgência da crise.
Isso inclui cumprir a promessa de dobrar o financiamento para adaptação como um primeiro passo para apoiar os países em desenvolvimento.
Também inclui apoio técnico e financeiro a países para uma transição justa do carvão para as energias renováveis e a criação de empregos verdes – mobilizando uma coalizão de países desenvolvidos, Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e financiamento privado.
E colocar as pessoas em primeiro lugar significa renovar o contrato social e fazer investimentos maciços em seu bem-estar futuro.
Da saúde e educação… a sistemas alimentares e infraestrutura… a programas de proteção social que criam condições equitativas… a maior apoio a mulheres e jovens que sofreram desproporcionalmente durante a pandemia… a preparar as pessoas jovens para o mundo do trabalho em rápida evolução.
O Acelerador Global de Emprego e Proteção Social é uma parte crítica da resposta das Nações Unidas.
Nós estamos reunindo governos, instituições financeiras internacionais, sociedade civil e setor privado para criar 400 milhões de empregos – especialmente nas economias verde, de cuidados e digital – e estender a proteção social a 4 bilhões de pessoas atualmente sem cobertura.
Eu congratulo a liderança da OIT e aguardo com expectativa os resultados de suas deliberações neste Fórum.
A COVID-19 pegou o mundo despreparado.
Nós não podemos deixar isso acontecer de novo.
Como eu disse em meu relatório sobre ‘Nossa Agenda Comum’, o equilíbrio entre um avanço global e um colapso global depende das escolhas que fizermos agora.
Vamos enfrentar este momento difícil com nossos melhores esforços para nos unirmos em prol de soluções compartilhadas para a recuperação.
Soluções que nascem da solidariedade.
Soluções que colocam as pessoas em primeiro lugar.
Obrigado.
https://youtu.be/sIJxAN9f_DU
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Comunicado de Imprensa
21 fevereiro 2022
Projeto da FAO combate insegurança alimentar e apoia a prevenção de Covid-19
Desde dezembro de 2021, a organização vem realizando sessões de sensibilização com as comunidades que ficaram mais vulneráveis à insegurança alimentar durante a pandemia.
Essas sessões fazem parte do Projeto de Urgência de Segurança Alimentar (PUSA), implementado pela FAO com apoio do Governo e financiamento do Banco Mundial. Durante os encontros que levam todo o dia, cerca de 50 participantes debatem, compartilham informações, recebem materiais de esclarecimento em português e crioulo e se tornam multiplicadores do aprendizado em suas comunidades.
“Esse encontro é muito importante para nós porque somos nós que vamos multiplicar as informações em nossas regiões. Nós somos pessoas que transitam entre diferentes espaços de troca e precisamos aproveitar essa oportunidade aqui e em nossas comunidades”, disse Siré Fico, Representante da Rede Nacional de Associações Juvenis.
Siré contou que muitas pessoas não acreditavam na existência da doença e que tinham grande dificuldade de compreender as formas de contágio, prevenção e os perigos da doença.
“É tudo muito novo, não só para o nosso país, mas para todo o mundo. Estamos aprendendo juntos e tentando nos ajudar porque a pandemia afetou muitas pessoas em nossas comunidades rurais”, completou.
No mês de dezembro, mais de 250 pessoas foram formadas nas regiões de Cacheu e Oio. Cada uma delas ficou com responsabilidade de compartilhar a informação com mais dez pessoas em suas comunidades. Após as sessões, os participantes receberam kits de higiene (com lixívia e sabão), que também foram distribuídos em suas comunidades para ajudar na prevenção da Covid-19. Nessas atividades, os participantes também ajudam a identificar famílias mais vulneráveis à insegurança alimentar.
"Nós ganhamos muito nesse encontro que envolve líderes tradicionais, autoridades administrativas e organizações da sociedade civil. A população nos ajuda fornecendo informações sobre a quantidade e características das pessoas vulneráveis em suas comunidades. E o que aprenderam aqui é repassado nas tabancas. Desta forma, podemos dizer que esse trabalho de conscientização é potencializado com a ajuda delas”, destacou Naiel Cassamá, responsável por ações de mobilização social da FAO. Após Cacheu e Oio, Naiel coordenará os ateliês em outras regiões do país durante o mês de março de 2022.
Esclarecimentos sobre vacinas, uso das máscaras e decretos que tratam da pandemia são pontos importantes da formação e esmiuçados pelo Técnico de Comunicação de Risco e Engajamento Comunitário do Alto Comissariado para a Covid-19, Amadú Madja Fofana.
"Há muitos boatos, desinformação, principalmente no interior. Desconstruir mitos sobre a vacina, informar sobre a situação da pandemia no mundo e no nosso país e explicar sobre o funcionamento dos decretos são pontos imprescindíveis durante essas sessões de prevenção e combate à Covid-19 ", destacou o jornalista especializado em saúde.
Pandemia e Segurança Alimentar
A pandemia agravou a situação de insegurança alimentar diante das restrições da mobilização de pessoas, distribuição de sementes e comercialização. De acordo com o relatório de inquérito do Sistema de Acompanhamento da Segurança Alimentar (SiSSAN), em Julho de 2021, 14,5% das famílias sofriam de insegurança alimentar. As regiões mais afetadas são Oio e Tombali, com taxas de insegurança alimentar superiores a 20%. Na Guiné-Bissau, durante 2018, 28% das crianças com menos de cinco anos sofriam de raquitismo e mais de 30% nas regiões de Oio, Bafata, e Gabu.
“Eu considero que a pandemia de Covid-19 veio para aumentar o nível da pobreza, sobretudo aqui na Guiné-Bissau. A nossa sociedade tem grande falta de infraestrutura e ainda é muito dependente dos centros urbanos. Os meios de produção dependem das cidades e, se as pessoas precisarem se deslocar, em um momento de impedimento jurídico, elas não conseguem”, disse José Manuel Vaz, presidente da Associação CANTELAR.
Participante do encontro, o guineense lembrou que, em Cacheu, a população teve dificuldade de acessar produtos durante a pandemia, não apenas fisicamente, por conta das limitações de mobilidade, mas também financeiramente, já que os preços subiram e muitos perderam suas rendas.
“A nossa fonte de renda no país é a agricultura. As bolanhas (plantação de arroz) estão inundadas e não há muitas maneiras de fazer drenagem de forma mais eficaz. Então, toda essa situação afetou demais a nossa vida no campo”, completou Manuel.
Com o apoio do projeto PUSA, até 2023, cerca de 50 mil famílias serão assistidas no reforço de suas capacidades com distribuição de sementes, fertilizantes, ferramentas agrícolas, pequenos ruminantes e 1.661.000 USD de transferências monetárias para pequenos agricultores. Além disso, cerca de 500.000 animais serão vacinados.
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