A Esperança de uma vida melhor e digna para as comunidades de Gabu.
Djaja Baldé fala com dificuldade, é gaga, mas isso não lhe tira o brilho enquanto conduz pelos campos que cultiva com a sua família de 17 pessoas: "Olhem à vossa volta, vejam por vós próprios. Nunca, em todos os meus anos, tive tanto arroz".
Estamos na região de Gabú, no leste da Guiné-Bissau, mais concretamente na aldeia de Sintchä Benfica. Nesta zona de maioria fulani e muçulmana vivem algumas das populações que enfrentam mais dificuldades no complexo mosaico social bissau-guineense. Foi uma das regiões escolhidas para a localização de 5 dos 15 campos-piloto de produção de arroz melhorado criados em 2022 no âmbito do programa Reforço da Segurança e Soberania Alimentar na Guiné-Bissau: Produzindo Evidências para a Elaboração de Políticas.
A nível nacional, 150 agricultores participaram neste projecto. Na sua aldeia, enquanto chefe de família, Djaja fez parte de um grupo de 7 homens e 3 mulheres que receberam formação nas técnicas do Sistema de Intensificação do Arroz, envolvendo práticas diferentes dos modelos de produção ancestrais.
Não se trata de práticas novas nem de conhecimentos recentes. Acontece que, no final dos anos 90, quando esta sub-região africana recebeu apoio internacional para a instalação de campos-piloto, a Guiné-Bissau estava a sair da sua devastadora guerra civil - o país ficou à margem dos avanços verificados além-fronteiras.