Aparelhos móveis de Raio-X para a melhoria da resposta
A Pandemia da COVID-19, à semelhança de outros países, veio expor as fragilidades do sistema de saúde da Guiné-Bissau. Não só uma exposição em termos de respost
Sendo uma doença respiratória, a COVID19, na sua forma moderada ou grave, afecta os pulmões, por isso é que é fundamental e obrigatória, uma avaliação radiológica dos pacientes com suspeita clinico-epidemiológica da COVID-19, principalmente no pronto-socorro (PS) par uma avaliação rápida do envolvimento pulmonar.
A maioria dos hospitais no país, utiliza o raio-X como método de primeira linha, com resultados mais rápidos em comparação à TAC, principalmente pelo uso de unidades portáteis de raio-X que reduzem a movimentação dos pacientes de um lado e do outro e minimizam o risco de infecção cruzada. Sendo que, todas as radiografias devem ser realizadas na projeção póstero-anterior ou antero-posterior verificando opacidades ofuscas, frequentemente redondas, distribuídas perifericamente ou nos lobos inferiores, o Centro de tratamento COVID-19, não disponha das mesmas condições.
Nesta senda, o Sistema Nacional de Saúde tem beneficiado de uma diversidade de materiais e equipamentos. Para a Gestão Clínica dos Casos, beneficiou de equipamentos Biomédicos, nomeadamente, 11 aparelhos digitais, móveis de radiografia distribuídos a 7 estruturas de saúde de referência regional, 4 para os hospitais de referência a nível do Sector Autónimo de Bissau, e 1 aparelho digital, de radiografia fixo doado ao Hospital Nacional Simão Mendes cujo objectivo é o de melhorar a qualidade de prestação dos serviços de saúde na abordagem de qualidade ao doente com síndrome respiratório agudo grave, confirmados ou não por COVID-19.
Para o devido uso destes equipamentos, a pedido do MINSAP, a OMS organizou, através da APELEM (empresa fornecedora) uma sessão de formação a técnicos de manutenção e operadores, para a montagem, a manutenção e a utilização dos referidos equipamentos.
A afectação dos novos aparelhos de Raio-X nas diferentes estruturas sanitárias do país vai trazer mudanças qualitativas no serviço, é o que nos diz Assana Djaló, técnico de radiologia do Hospital Militar “ com o aparelho de último grito vai nos permitir melhorias, permitir que tenhamos imagens de qualidade. Esta máquina tem melhor capacidade e melhor qualidade de imagem, comparando à que já tínhamos. Emite menos radiações e a sua cabine nos protege de exposição à radiação”.
É esperado que com esta formação, que os profissionais de saúde saiam mais capacitados para o bom uso e manejo dos equipamentos. Para a Nandinha Mendonça, técnica de radiologia do Hospital de Bafata, a doação da máquina de Raio-X pela parte da OMS é de louvar, pois o aparelho que tinham avariou e faz 3 anos que não trabalham. Quando questionada sobre a eventual complexidade no manuseamento da máquina refere que:
"Com a formação que estamos a ter o manuseamento da máquina é fácil, mas no entanto, o equipamento não está completo, falta a impressora que permite a impressão dos resultados, apesar de se poder ver a imagem digitalizada, falta porém a impressão da mesma e poder-se entregar ao paciente, mas a doação que nos foi dada é de se louvar, sobretudo, porque estávamos parados e agora poderemos exercer a função pela qual nos formamos.”
A manutenção dos equipamentos é importante, pois sem a sua funcionalidade, os serviços tem menor capacidade de responder às demandas como o é o caso do Hospital de Mansoa, em que os equipamentos todos estão inactivos, para o João Badinca técnico deste hospital.
“A formação é positiva porque nos ensina a fazer a manutenção preventiva de forma a dar mais vida aos equipamentos, para além de que trás uma inovação no sentido em que, antes só recebíamos os equipamentos e não éramos formados, hoje estamos a ter uma formação que nos permite manejar os equipamentos e sabermos dar o devido seguimento, identificar os problemas e fazer a devida requisição de peças de substituição”.
Para Braima Fadera técnico de manutenção do Hospital de Bafata a formação vai permitir ter maior compromisso e responsabilidade para com a preservação dos equipamentos, “muitas das vezes como técnicos diagnosticamos que um determinado aparelho está com problemas e informamos aos responsáveis, mas infelizmente, em muitos casos, não é dado o devido seguimento. Esta formação vem a ser importante, porque não só vai melhorar o trabalho da região, mas também porque nos capacita, enquanto técnicos, a melhorar o nosso trabalho e a sermos mais valorizados pela estrutura.”
Os referidos aparelhos foram financiados pelo Banco Islâmico para o Desenvolvimento no âmbito da luta contra a COVID-19, para a o reforço do sistema de saúde.