Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (3 de maio): mensagem em vídeo do secretário-geral da ONU
No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (3), as Nações Unidas destacam o trabalho essencial de jornalistas e de outros profissionais do meio.
Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (3 de maio de 2022): mensagem em vídeo do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, destacamos o trabalho essencial de jornalistas e de outros profissionais do meio que procuram transparência e responsabilização daqueles que estão no poder, muitas vezes correndo um grande risco pessoal.
Durante a pandemia da COVID-19, muitos profissionais estiveram na linha de frente, fornecendo informações precisas e baseadas na ciência para informar os decisores e para salvar vidas. Ao mesmo tempo, os jornalistas que cobrem clima, biodiversidade e poluição conseguiram chamar a atenção global para esta tripla crise planetária.
Mas as ameaças à liberdade dos jornalistas e outros profissionais da imprensa aumentam todos os dias. Da saúde mundial à crise climática, à corrupção e aos abusos dos direitos humanos, enfrentam uma crescente politização do seu trabalho e tentativas de os silenciar de vários lados.
A tecnologia digital democratizou o acesso à informação. Mas também criou sérios desafios.
Os modelos de negócios de muitas redes sociais não se baseiam em aumentar o acesso a relatórios precisos, mas em aumentar audiências – o que geralmente significa provocar indignação e espalhar mentiras.
Os trabalhadores em zonas de guerra são ameaçados não apenas por bombas e balas, mas também pelas armas da falsificação e da desinformação que acompanham a guerra moderna. Estes profissionais podem ser atacados como inimigos, acusados de espionagem, detidos ou mortos, simplesmente por fazerem o seu trabalho.
A tecnologia digital também torna a censura ainda mais fácil. Muitos jornalistas e editores em todo o mundo correm o risco constante dos seus programas e reportagens serem retirados da internet.
E a tecnologia digital cria novos canais para opressão e abuso. As jornalistas, por exemplo, correm um risco particular de assédio e violência online. A UNESCO descobriu que quase três em cada quatro profissionais entrevistadas sofreram violência online. Ataques e vigilância ilegal também impedem os jornalistas de fazer o seu trabalho.
Os métodos e as ferramentas mudam, mas o objetivo de desacreditar a imprensa e de encobrir a verdade permanece o mesmo de sempre.
Os resultados também são os mesmos: pessoas e sociedades que são incapazes de distinguir factos de ficção e podem ser manipuladas de uma maneira horrível.
Sem liberdade de imprensa, não há verdadeiras sociedades democráticas. Sem liberdade de imprensa, não há liberdade.
As Nações Unidas estão a trabalhar para apoiar jornalistas e profissionais da mídia em todos os lugares. Há 10 anos, estabelecemos um Plano de Ação para a Segurança dos Jornalistas, para proteger os trabalhadores e acabar com a impunidade dos crimes cometidos contra eles.
No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, homenageamos o trabalho essencial dos media de contar a verdade ao poder, de expor mentiras e de construir instituições e sociedades fortes e resilientes.
Apelamos aos governos, às empresas de media e às empresas de tecnologia, em todos os lugares, para que apoiem estes esforços fundamentais.
Obrigado.